Mário Macilau, fotógrafo e artista multidisciplinar moçambicano, foi galardoado, na área de fotografia pela Chaussee 36; uma prestigiada instituição cultural alemã de reconhecido mérito em diversos campos artísticos. Com essa premiação, o fotógrafo moçambicano vai desenvolver, próximo ano, um projecto artístico-fotográfico que terá como espaço duas cidades: Maputo e Berlim.
Chaussee 36 é um espaço de arte que foi construído em 1886 como uma casa de oficiais prussianos e foi restaurada e ampliada de acordo com princípios sustentáveis culturais e trabalha principalmente com a promoção de fotografia e arquitectura. Destaque-se que no início da pandemia o centro desenhou um projecto de uma exposição colectiva para responder a questões de meio ambiente e sustentabilidade. Foi nesse período que a fotografia de Macilau invadiu os corredores da Chaussee 36, deixando a curadora da exposição “impressionada”.
Macilau, que se encontra em Portugal, inaugurou recentemente uma exposição fotográfica intitulada: “Sombras do Tempo”; uma mostra que é no fundo uma cavalgada através das lentes e luz aos vestígios coloniais espalhados em diversas partes de Moçambique. Aliás, essas “sombras” fazem parte de uma série inédita de fotografias intitulada “Círculo de Memória” sob a curadoria de Ekow Eshun.
Mário Macilau nasceu em Maputo e divide a sua residência entre a capital moçambicana e Lisboa. Aprendeu fotografia em 2003 quando trocou o telemóvel da sua mãe por uma máquina fotográfica e tornou-se fotógrafo profissional a tempo inteiro, desde 2007. Poucos anos depois, o seu talento atravessou fronteiras, tendo o fotógrafo sido galardoado com diversos prémios internacionais de relevo, viajado muito e visto o seu trabalho publicado em algumas das mais prestigiadas galerias, feiras de arte e exposições por todo o mundo.
A sua actividade fotográfica foca-se em temas como a identidade, as questões políticas e as condições ambientais, tendo mesmo trabalhado com grupos socialmente isolados, para sensibilizar o seu público, não só das muitas injustiças sociais e desigualdades sociais no mundo, mas também para mostrar histórias de humanidade, fraternidade, vitória, amor e esperança. Com frequência, o retrato é o seu ponto de partida, sendo a sua abordagem instrumental para revelar uma perspectiva mais ampla.
*Alternactiva